sexta-feira, 29 de maio de 2009

Um sonho para realizar...

Oh minha vida
Tenho tantos sonhos ainda para realizar...
Um deles gostava de realizar...
Nem que tenha de esperar a minha vida inteira...
Dava a minha vida inteira
Apenas por um momento
Apenas um momento desse sonho
Podia durar um ano, um mes, uma semana ou então um dia
Mas eu dava tudo
Para realizar um dos meus maiores sonhos...
Sem sonhos...
O que é a vida?
Não é nada...
A vida tem de ter algum objectivo...
Se não tiver nenhum objectivo
Por que razão viemos ao mundo?

Não quero ser mais um...
Eu quero fazer a diferença
Quero fazer algo de extraordinário
Ser único
Apesar de muitas pessoas pensar que essas pessoas são "malucas"

Um dia gostava...
Que esse sonho tornasse realidade...
Apesar de já ter pensado em desistir...
Mas...
Ainda não desisti...
Se muitos fosse eu
Se calhar já tinham desistido...

Mas são estas e por outras
Que depois podemos perder aquilo que mais desejamos (e depois podemos arrepender...)
Tudo por haver pessoas que pensam que as coisas só devem ser conquistadas logo a primeira
Ou então muito facilmente...
Mas isso não é assim...

Tudo na vida
As coisas têm de ser feitas com muita luta...
Só assim é que damos valor as coisas d vida...

Miguel Cruz

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Para sempre...

Um dia normal como todos os outros
Lá estava eu andado por aí
A brincar sem parar
Vejo uma pequena caixinha de papelão 
De repente começo a ouvir um miar
A curiosidade começou a crescer
Então decidi ver o que estava debaixo dos lençóis
O que estava debaixo dos lençóis?
Era uma pequena gatinha
Uma pequena gatinha de olhos verdes
Verdes como a natureza na primavera
O seu pêlo era metade branco e metade preto
O branco era o dia e o preto era a noite
O que mais destacava-se dela
Eram as suas orelhas
Uma cor-de-rosa e outra preta
E claro faltado o grande pormenor dela
Os grandes e longos bigodes dela
Ela olhava para mim
E miava e miava sem parar
Era a forma de ela dizer assim "Leva-me para casa... leva-me... leva-me"
Não resisti
E tive de levá-la
Se não a levasse
Ficava mal comigo próprio
Dizem que a curiosidade matou o gato
Mas aqui afinal não o matou
Porque se não fosse a minha curiosidade
Jamais levava a pequena gatinha
Então lá fui eu
Com a pequena caixinha de papelão 
Ela era tão pequenina
Era pequenina... mas não parava quieta
Parecia que tinha pilhas ou era ligada a ficha
Era demais
Quando chego finalmente a casa
Com a pequena caixinha de papelão
Vejo a minha mãe em casa
E eu a preparar-me para dizer o que estava dentro da caixinha de papelão
Nem precisei dizer
Ela foi logo ver o que estava dentro da caixinha de papelão
E ela disse-me... "Eu não quero animais dentro de casa, dão muito trabalho... " 
Mas com muita insistência minha... com muita teimosia minha... lá consegui convencê-la
E eu contente por ter conseguido ficar com ela
Foi tão bom
Pensava sempre... se não a levasse, daqui para a frente a minha vida não era a mesma

A minha gatinha
Espero que ela vive muitos e muitos anos
Quando o seu dia chegar
Cairei de joelhos e as lágrimas que caírem
Irão para ela... como uma forma de bênção

A minha gatinha
Era um demónio e um anjo ao mesmo tempo
Quando dormia era um anjinho
Ouvia-se o seu ronronar suave e muito relaxado
Como se nada estivesse a sua volta
Mas quando acordava
Meu deus ninguém parava ela
Nem eu parava ela
Mas ela também era assim
Por minha culpa
Eu ensinava a ela muitas coisas
Até fazíamos jogos de futebol na própria casa
Onde ela era a guarda-redes
Podem não acreditar... mas ela até defendia muito bem
Saltando de um lado para o outro feito maluca
Fazendo defesas impossíveis
Quando ela ficava furiosa
Era demais
Ficava com os pêlos todos espetados
Parecendo que tinha apanhado uma descarga eléctrica
Mal a tocava
Ela atacava com a sua pata
Às vezes até mordia
Mas morder era muito raro
Só em ocasiões quando eu menos esperava

Houve um dia que decidi dar um bom banho a minha gatinha
Mas ela não gostou muito
Eu tinha de agarrar ela... se não ela fugia
Era tão inquieta
Só ficou quieta... quando já estava debaixo da toalha
Fazendo lembrar um bebé

Todos os dias
Eu queria brincar com a minha gatinha
Lá estava ela arrastando fios e fios pela casa
Lá estava os seus brinquedos espalhados por toda a casa
E a sua caminha toda desarrumada
O seu cobertor estava onde não devia estar
Ai ai... tem de levar tau tau
Era uma autêntica maluca
Ela tinha um demónio dentro de si
Sempre ouvi dizer que parar é morrer
Era a sua forma de viver
Parar... ela nunca parava
Só parava quando era hora de dormir
Mas quando chegava essa hora
A sua preguiça era extrema
Espreguiçava e espreguiçava sem parar...

Havia uma coisa engraçada
Quando era mais novo
Tinha um pequeno receio
Não gostava que as janelas estivessem muito abertas
Porque depois ela podia fugir
A minha mãe até chateava comigo 
Porque ela abria as janelas
E depois eu ia fecha-las logo a seguir
Com medo que ela fugisse
Uma coisa engraçada
Porque é que ela iria fugir
Se vivia bem... se não vivesse bem... ai talvez fugisse
Mas pronto é o que dá ter pensamentos malucos na cabeça

Eu quero ver a tua patinha 
Eu quero te dar festinhas no teu pêlo
E ouvir o teu miado

É só boa vida
Vida de gato é assim
Só boa vida
Só preguiça... ai ai
Também quero ter essa vida
("Expressões que costumava dizer a minha gatinha")

Os anos foram passado
E eu fazia uma coisa 
As pessoas perguntavam assim - "Quantos anos tem a tua gatinha? "
E eu "A minha gatinha tem 8 anos..."
Por mais que anos passassem
A resposta era sempre a mesma
Nunca mudava...
Era uma forma de "vida eterna"
Por mais que anos passassem
A minha gatinha iria ter sempre 8 anos
Para muitas pessoas isto se calhar é ridículo
Mas para mim... não era
Era como uma forma de não pensar naquele dia... 
Há anos atrás fazia uma coisa...
Quando eu fazia anos
Um desejo que eu pedia sempre... Era assim "A minha gatinha viverá tantos anos como eu. "
Era sempre esse desejo que pedia
É uma coisa impossível não é?
Mas eu mesmo assim pedia sempre esse desejo
Ela para mim... Era especial
Era por isso que fazia isso...

E chegou aquele ano
O ano que eu menos esperava
Aquele em que eu nunca queria que chegasse
Mas como tudo na vida... Nada é eterno
É triste não é? 
Mas prontos não há nada a fazer...
Naqueles dias vi-a ela isolada no mundo
Sentia que ela não estava bem
Sentia que ela já não era a mesma
Nos seus últimos dias...
Ela deitava-se durante dias inteiros...
Porque já não tinha forças para andar, correr, e saltar...
Ela estava a sofrer...
Coitadinha... Enfim...
A noite chegou...
E eu olhava para ela e dizia "Amanhã irei te levar para um sitio... onde tu ficarás boa de certeza."

A noite passou...
E chegou um novo dia...
Acordo e levanto me rapidamente para ver se a minha gatinha estava bem...
E não... Não estava nada bem
Ao lado dela estava rios e rios de sofrimento...
Eu olhava para ela... Fazia-lhe festas... E ela não tinha reacção nenhuma
Os seus olhos verdes
Verdes como a natureza na primavera
Estavam a perder a cor... 
Estavam a ficar negros como uma noite sem luar...
Quando me vou embora... Ela mia para mim... (Um miado de sofrimento...)
Volto para trás... E volto a dizer a ela "Vais ficar boa... vais ver... tu vais conseguir... tu és forte.")
Vou me embora... 
Vou andando para a escola... (Pensado como será se ela partir...)
Chego a escola...
E só penso e só penso naquilo que não devia
O dia chega ao fim
E recebo a notícia que a minha gatinha está muito mal
Mal soube a notícia... Fui logo a correr sem parar...
E quando finalmente cheguei ao destino... Vejo ela deitadinha... Muito doentinha... Muito mal...
Eu olhava para ela e ela olhava para mim durante algo tempo... 
Caí de joelhos e as lágrimas que caiam
Iam para ela... Como uma forma de bênção
E ela miou... Como uma forma de agradecimento...
Ela levanta-se e vai andado para o seu cantinho...
Deita-se e vira as costas... Como uma forma de despedida...
Partiu no dia seguinte... Agora está no céu a correr e a saltar de nuvem em nuvem sem parar...

Todos os dias... 
Quando vou almoçar ou jantar sinto um vazio
Quando estou na sala ou no quarto sinto um vazio
Quando me levanto... Desço as escadas e não ouço o tal miar de bom-dia
Cada vez que chego a casa... Já não terei a minha companhia de sempre à minha espera...
Agora só tenho três coisas que me resta dela...
São as fotos... (Para sempre recordar... Quando as saudades começarem "apertar"...)
E claro na minha cabeça e no meu coração ela estará sempre viva... 
A correr e a saltar sem parar...

Serás sempre recordada 
 =PANTUFA 30-04-2009= (Por volta das 04:00h da manhã na quarta-feira - Partiu para o céu)